Silêncio – Becca Fitzpatrick
10/04/2012
Nora Grey não consegue se lembrar dos últimos cinco meses. Depois do choque inicial de acordar em um cemitério e descobrir que ficou desaparecida por semanas, ela precisa retomar sua rotina, voltar à escola, reencontrar a melhor amiga, Vee, e ainda aprender a conviver com o novo namorado da mãe. Em meio a tudo isso, Nora é assombrada por constantes pensamentos com a cor preta, que surge em sua mente nos momentos mais improváveis e parece conversar com ela. Alucinações, visões de anjos, criaturas sobrenaturais. Aparentemente, nada disso tem a ver com sua antiga vida. A sensação é de que parte dela se perdeu. É então que o caminho de Nora cruza o de um sexy desconhecido, a quem ela se sente estranhamente ligada. Ele parece saber todas as respostas… e também o caminho até o coração de Nora. Cada minuto a seu lado confirma isso, até que Nora se dá conta de que pode estar apaixonada. De novo.
Ah Becca… Porque você é assim tão cruel?
Impossível fazer uma resenha coerente de Silêncio… Patch acaba comigo de um jeito que nem eu entendo. E não importa como ele apareça, seja parecendo um bad boy ou todo fofo e preocupado com a Nora, nunca é demais. Bem que depois de Finale, Becca poderia fazer um spin-off só sobre Patch… Iria amar um livro com ele em todas as páginas *______* Mas, deixa eu tentar falar sobre o livro…
Como disse em minha resenha de Crescendo que a Nora estava um porre, fiquei com um certo receio de isso acontecer novamente. Ainda tinha um medo extra, já que as meninas no evento falaram que Silêncio era o melhor livro dos três.
Lembro que devorei Sussurro (li em uma madrugada de sábado para domingo) e com Crescendo só não desisti da série porque apesar das chatices da Nora, a história é boa e a Becca sabe como conta-la. E nem preciso dizer que Patch é muito amor e faz valer o livro, não é?
O melhor de Silêncio é que, como Nora “perdeu” a memória, o jeito que as coisas aconteceram até aqui são contadas de um jeito que encantam. Conforme ela vai descobrindo as coisas, vamos nos lembrando do que já aconteceu com ela. E a cereja do bolo fica por conta que Becca não usa do artifício de contar tudo de novo nos mínimos detalhes como algumas séries que conhecemos por ai. Ela conta de jeito rápido e simples “é isso!” e não tem como você que leu os livros não se lembrar do que ela está falando.
“O nome disso é chuveiro… – comecei automaticamente, mas parei. Minha memória sofreu um solavanco, tomada de assalto por um sentimento intenso e poderoso de inadequada familiaridade. – Sabão, xampu, água quente – acrescentei com voz fraca.
– Nua. Sei como é” (pág. 158)
Pausa para um suspiro… Foi tão legal ver um diálogo de um livro anterior aparecendo novamente no livro, e a Nora tendo um Déjà Vu…
Eu disse que Nora não está tão chata, mas não deixou de estar meio “burra” em algumas partes. Quer dizer, é tão desconfiada com algumas coisas, toda cheia de “estão mentindo para mim” e “estão escondendo as coisas” que não entendi porque ela faz isso também.
Ok, o que mais me preocupou e incomodou que ela estava escondendo fez todo um sentido no final e para uma decisão que no meu ponto de vista precisava ser tomada, mas mesmo assim, ela poderia ter tornado as coisas bem mais fáceis se não fosse tão burra.
“Li meu horário. História avançada, inglês avançado, saúde, jornalismo, anatomia, psicologia, orquestra e trigonometria. Era óbvio que eu tinha um forte impulso suicida no ano anterior, quando escolhi quais cursos faria esse ano.” (pág. 58)
Quer outro exemplo de burrice? Não ouvir Patch e se colocar em perigo. Eu sei, eu sei, certas coisas precisam acontecer para que a história ande, mas tem coisas que são tão obvias que vão dar errado que me tiram do sério. Tá… Acho que agora é o ciúme de Nora que está falando mais alto nesta quase resenha…rs
“ – Anjo – ele murmurou, segurando meu rosto entre as mãos. – Acho que não entende o que eu seria capaz de fazer para mantê-la aqui comigo.” (pág. 182)
Como disse, estava com medo porque minhas expectativas estavam super altas e junto com todos os motivos de medo que citei acima ainda tinha o fato de que este era para ser o final da série e teve que ser prolongado. Acontece que o livro atendeu todas as minhas expectativas e foi um pouco além… Diferente de Crescendo que me deixou morrendo por Silêncio, desta vez a Becca foi mais generosa com seus fãs e não fez um final desesperador pelo próximo livro. Não estou dizendo que o final não é bom, tem muita coisa engatilhada para Finale e estou bem curiosa com o livro. O final me deixou com a certeza de que preciso ler o próximo livro sem ficar com aquele gosto amargo na boca de saber que ele ainda vai demorar. (a capa americana está prevista para sair em maio).
Se você leu até aqui e está se perguntando se isto é mesmo uma resenha, quero lembrar que no começo disse que ela não seria muito coerente e lembrar que estou escrevendo poucos minutos após terminar a leitura e ainda estou sobre o efeito Patch.
“ – Amo você desde muito antes de você me amar. É a única coisa em que consegui superar você, e vou lembrá-la sempre, toda vez que tiver uma chance. – O beijo quente deixou uma marca de fogo em minha pele. – Vamos sair daqui. Vamos voltar para minha casa, dessa vez para sempre. Temos assuntos por terminar, e acho que dessa vez precisamos fazer alguma coisa com relação a essas… pendências.” (pág. 295)
Não contei muito sobre o livro porque não iria segurar os spoilers. Já foi difícil fazer alguns comentários sem contar exatamente os fatos. Não sou de dar notas e nem estrelas para livros porque acho que isso não significa muita coisa, acredito que cada livro pode mudar sua pontuação de acordo com nosso estado de espírito, mas arrisco a dizer que Silencio foi o melhor livro que li este ano. (E mesmo que apareça outros tão bons quanto, sei que ele não sairá do meu Top 5).
