Eu não li a sinopse antes de iniciar a leitura e explico isso durante a resenha. Decidi não colocar ela aqui pelo mesmo motivo, mas se minha resenha te deixar com muita vontade de ler a sinopse antes de ler o livro, tem aqui no skoob. Mas sério, acho que vai ser bem mais interessante não ler ela não :)
Quem me conhece um pouco mais de perto sabe da minha mania com livros de títulos grandes. Eles tem um magnetismo tão grande para mim que são poucos os casos que consigo resistir a curiosidade de ler e foi isso que aconteceu comigo quando soube do lançamento de Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos você e eu do Albert Espinosa.
“Mas eu não lhe disse que ela era a pessoa a quem eu mais havia amado, e por isso a perdi. Existem muitas coisas que, se ditas em voz alta, revelariam segredos de uma intensidade que talvez não pudéssemos assumir.” (pág. 19)
Confesso que li logo depois do lançamento – ele chegou na livraria e no mesmo dia veio para casa comigo, mas precisei pensar um pouco mais no que li e no que contar por aqui. Esse é o primeiro livro que leio do Espinosa e ao final tive duas grandes certezas... Primeiro que quero ler mais livros do autor e conhecer melhor seu trabalho. Segundo que esse é o tipo de livro que uma releitura terá toda uma nova interpretação.
“(...) Era como se me faltasse alguma coisa. É horrível e pavoroso sentir falta de algo que jamais possuímos.” (pág. 41)
Para quem não gosta de spoilers, não se preocupem, não vou contar muito da história por aqui – até porque isso tiraria toda a graça da leitura. O livro foi tão novo para mim e tão interessante de ler que gostaria de indicar ele do mesmo jeito que ele chegou nas minhas mãos... Eu só sabia o título. Não li sinopse antes de terminar o livro e por isso não coloquei ela ali em cima... Comecei a ler o livro achando que seria um romance com toque de drama – ou drama com toque de romance – tudo isso só de pensar no título...
“Ela falava que a felicidade que sentimos no quarto devia ser levada para o escritório, para um dia triste de inverno, enquanto passeamos pela rua ou esperamos o ônibus.” (pág. 63)
Mas para quem quer um pouquinho mais de contexto... O que eu posso dizer é que o livro não foi nada do que eu imaginei. Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos você e eu me fez achar que era uma coisa no início... Ai eu lia um capítulo mais e tudo parecia caminhar para outra coisa... E aí, lendo mais um pouco ele muda e vira outra coisa...
“Eu sabia que não deveria fazer aquilo, mas ele também não deveria ter avisado a imprensa, nem o Davi devia ter aceitado nos ajudar. Estávamos todos burlando normas morais porque sabíamos que situações desesperadas requerem atos desesperados.” (pág. 92)
Eu não consigo definir exatamente o que o livro é pois acho que ele aborda muitos temas e isso foi o melhor na leitura. Espinosa escreve com uma criatividade surpreendente que envolve o leitor e o faz pensar em muitas coisas ao mesmo tempo. Talvez o melhor jeito de explicar é citando uma crítica que tem na contra-capa do livro:
“Onírico e surreal, surpreendente, criativo e tocante, este livro maravilhoso fala sobre vida, sexo, morte, amor, arte, sonhos e, acima de tudo, sobre a liberdade.” – Panorama
É isso... Uma visão sobre a vida e em como ela pode estar conectada com outra vida de formas que a gente nem imaginaria Uma visão sobre o amor em vários sentidos. Um livro que fala de arte, de sonhos e de desejos e de como tudo pode mudar em um piscar de olhos e ter todo um novo sentido, todo um novo sentimento.
“Nunca se sabe o que se vai encontrar por trás de uma porta. Talvez nisso consista a vida: em girar maçanetas.” (pág. 109)
Um livro que me surpreendeu já na primeira página e que não deixou de continuar me surpreendendo, até mesmo na última linha. Tudo que você e eu poderíamos ter sido se não fôssemos você e eu entrou na minha lista de leituras por causa do título e seu conteúdo me fez ficar mais do que feliz em poder dizer que eu li esse livro.