Bem Profundo – Portia da Costa
25/01/2013
Uma das tarefas de Gwendolyne é esvaziar todos os dias a caixa de sugestões da biblioteca. Um dia, Gwen encontra uma carta direcionada a ela, e se trata de uma proposta indecente. Um homem misterioso começa a lhe mandar correspondências de perder a cabeça e fica claro que ele não quer ficar só no papo! Suas ideias são chocantes, mas excitam Gwen.
Enquanto sua imaginação está a mil, ela ainda precisa lidar com o professor Daniel, que está fazendo uma pesquisa temporária na biblioteca. Um homem espetacular, em sua opinião. Gwen começa a fazer avanços sobre o professor inspirada pelas cartas picantes que recebe do admirador secreto.
Personagens apaixonantes e um final surpreendente completam este erótico que tira o sono até das almas mais puras. Alguns envolvimentos vão longe demais, e não é possÃvel escapar do que é bem profundo.
Comprei esse livro meio que as escuras… Estava fazendo uma compra online na Saraiva e esse livro apareceu como sugestão, li a sinopse e pensei “porque não?” e coloquei ele no carrinho. Foi no inicio de dezembro mas só agora que peguei o livro para ler e… Bom, deixa eu tentar falar sobre ele.
Atenção: O livro poderia muito bem entrar na coluna ‘Twice as Hot’ já que é um livro erótico recomendado para maiores de 18 anos!
Primeiro tenho que falar do ‘selo’ na capa. Eu detesto esses selos nas capas do livro, assim como não curto a comparação com outras obras de autores diferentes. Quando as duas coisas se juntam, piora tudo. O livro tem um selo na capa que diz “Se você gostou de 50 tons de cinza vai enlouquecer com esse livro”. Meu primeiro pensamento? Não vou gostar do livro porque eu não gostei de 50 tons.
Mas não… Não foi isso que aconteceu. Eu realmente gostei do livro. Mas deixa eu dizer uma coisa… Quem gostou de 50 tons é bem possÃvel que não goste de Bem Profundo. Os dois livros são muito diferentes entre si e vou mais longe, Bem Profundo não é o tipo de livro que vai agradar as ‘mais românticas sonhadoras’ fãs do tal Grey. (só lembrando que não tenho nada contra as românticas – já que também sou uma – e nem contra as fãs do Grey, ele é todo de vocês!)
O caso é que Bem Profundo não é um livro erótico onde temos uma história e o sexo está presente como parte dela. O sexo é a história e tudo gira em torno dele. É aà que o livro fica pessoal e ou você vai gostar ou não vai curtir. Então, não espere a poesia erótica de livros sensuais e prepare-se para vários palavrões e palavras cruas.
"- Bem, você sabe como as coisas são... quem não estiver no tamanho 38 ou 40, já está fora do padrão, totalmente descartável.
- Peitos e bundas! Esse negócio de padrão é alto totalmente sem sentido. Mas os homens sempre gostaram e sempre irão adorar mulheres com curvas. - Ele leva o garfo à boca com algumas batatas fritas de uma forma que parece um pouco rude. - E você, minha Deusa da Biblioteca, você é a última palavra em luxúria."
Quanto aos personagens… Foi super legal ver uma personagem feminina fora do padrão. Ela é gordinha e mesmo um tanto insegura com esse detalhe, ela é super resolvida sexualmente. Não perdemos tempo com dúvidas do tipo “será que faço ou não” porque Gwen não perde tempo com isso, ela sabe muito bem do que ela gosta e do que lhe dá ou não prazer.
“Somos somente duas pessoas realizando fantasias em um relacionamento temporário. Uma delas provavelmente gosta bastante da outra; e a outra, como uma tonta, está apaixonada. Mas eu não vou me preocupar e estragar a diversão.”
Outro ponto positivo é que quando surge o BDSM na história, não há ataques de pânico, dúvidas e nem neuroses. Gwen entende muito bem o sentido das atitudes e quer experimentar o jogo. Ah, e nada de justificativas ou traumas para explicar os gostos dos personagens! \o/
Já Daniel… Bom, é um homem lindo e um pouco famoso, que de quebra tem aqueles detalhes fofos de caras super inteligentes. E para me fazer ficar ainda mais apaixonada por ele, Daniel é o tipo de homem que adora mulheres que fogem do tamanho 40.
"- Um homem como você pode ter sua dose de supermodelos, eu aposto.
- Não seja estúpida Gwendolynne - ele diz com um tom de voz amável, ao mesmo tempo que me dá uma palmada das boas e eu grito como se fosse louca. - Eu diria "transar com" supermodelos, mas, para dizer a verdade, eu não quero transar com nenhuma. Eu só quero trepar com você e o seu corpo magnÃfico e atraente. - Ele me dá outra palmada, bem forte, e eu sinto algo que parece ser um miniorgasmo, embora os sinais estejam tão embaralhados que eu realmente não sei o que é isso. - Por que você não acredita em mim quando digo que você tem o mais belo corpo que jamais vi? Para uma mulher inteligente, minha querida, você pode ser persistente e obstinadamente tapada!"
A narração fluiu muito rápida e eu me encantei com a escrita de Portia da Costa – mesmo sendo o primeiro livro que leio da autora, já sei que ela será presença mais constante nas minhas leituras.
Parabéns a Editora Planeta que não colocou nada de suavização na tradução do texto. Sei que tem gente que não gosta de ler determinadas palavras, mas sou da opinião que se o autor usa aquela palavra em seu texto, ela tem que ser mantida na tradução. Existem vários tipos de romance erótico, alguns mais suaves do que os outros, então porque algumas editoras insistem em suavizar o que não foi escrito de forma suave? Volto a dizer, a Editora Planeta fez um ótimo trabalho mantendo o texto sem suavizações e bem próximo do original ;)
No fim do livro tem a informação de que esse ano será lançado mais um livro da autora, cujo nome será ‘Desconhecido’ e confesso que ele já está na minha lista!
Eu prefiro a capa da publicação de 2008 – a primeira. Já que a de 2012 também tem o tal selo que comentei acima.