Você está pronto para as armadilhas do outro lado? Mais de dois anos se passaram desde que Alice seguiu um Mordedor com orelhas de coelho e entrou em um buraco, o que deu início a uma série de acontecimentos que mudaram a vida dela e a de todos que moram no País das Armadilhas. A Guarda Vermelha resolvera conceder trégua; Alice havia reinstaurado a paz entre humanos e Mordedores e, sob a liderança dela, os humanos tinham conseguido fundar a primeira comunidade real e verdadeiramente organizada desde a Insurreição — uma cidade chamada País das Maravilhas. Entretanto, o aparente estado de paz é rompido depois de diversos ataques dos Mordedores e Alice se vê rejeitada pelas mesmas pessoas por cuja liberdade ela lutou. Agora precisa voltar ao País das Armadilhas para desvendar essa nova conspiração que ameaça o País das Maravilhas. E fazer isso significa ficar frente a frente com sua maior e mortal adversária — a Rainha Vermelha.
Quando terminei de ler Alice no País das Armadilhas fiquei mais do que empolgada e esperando demais o lançamento do segundo livro. O problema de gostar demais de um livro, principalmente quando ele une duas coisas que você não é muito acostumada a ler é que as expectativas para a continuação são tão altas que são quase impossíveis de serem alcançadas. A resenha abaixo não contém spoilers desse volume mas contém alguns pequenos spoilers do primeiro livro.
No primeiro livro, conhecemos o mundo de Alice, uma garota de quinze anos que não conheceu o mundo como nós conhecemos ele. Ela já nasceu depois da grande mudança pela qual o mundo inteiro passou e que ficou conhecida como Insurreição. Desde muito nova ela aprendeu a lutar contra os Mordedores (algo que pode ser chamado de um tipo de zumbi) e em uma de suas caçadas ela persegue um Mordedor com orelhas de coelho, entrando em um buraco e descobrindo um monte de verdades e mentiras da atual situação do mundo.
Alice no País das Armadilhas tem muitas referências à história de Alice e por esse motivo eu coloquei ele em minha lista de leituras. Ao ver uma história distópica, em um futuro pós apocalíptico com zumbis e que se passa na Índia, fiquei ainda mais empolgada em ver no que essa mistura daria e no primeiro livro, foi tudo muito incrível, terminando em um super momento que me fez esperar por um início completamente diferente nesse segundo volume.
Dois anos já se passaram desde que Alice seguiu o coelho e mudou completamente sua vida e a de todos que moram no País das Armadilhas. Após uma longa descoberta sobre o que era verdade e o que era mentira sobre os Mordedores e sobre a Guarda Vermelha (controlada pelo Governo), Alice foi para a guerra e conseguiu uma trégua entre os dois lados. Agora, temos a paz entre os humanos e os mordedores no que ficou conhecido como País das Maravilhas.
"Alice nunca havia se sentido tão aprisionada, nem mesmo quando a Guarda Vermelha a capturou." (pág. 132)
Depois de dois anos de trégua, as coisas parecem em paz e, embora Alice acredite que ainda tem uma guerra por vir, alguns acreditam na palavra de Arum (um dos conselheiros de Alice) que tudo acabou e que os militares podem ser retirados de seus postos. Só que fora do País das Maravilhas algumas coisas estão acontecendo e a trégua não é algo definitivo. E mais, parece que quem está contra Alice foram os que ela ajudou a salvar, deixando a protagonista sem saber em quem pode ou não acreditar.
Não sei se foram as minhas expectativas, se foi o começo que eu esperava que fosse diferente ou se é mesmo a história, mas para mim, a leitura demorou bastante para acontecer e eu cheguei ao ponto de quase desistir e abandonar o livro. Eu continuei mais pelo primeiro livro e pela curiosidade de saber como é que este iria terminar - o que foi bom já que ele chegou em um momento interessante e, de certo modo a leitura acabou sendo bacana.
As pessoas brigam por poder, dinheiro e controle. Os Mordedores brigam apenas para proteger a própria espécie.” (pág. 77)
O livro se passa em um mundo que está em guerra, então temos muitas coisas que não são o que parecem ser - e nem sempre quem se diz amigo é amigo e quem é para ser o inimigo é realmente o inimigo. Sei que essa frase ficou meio confusa, mas a mensagem mais interessante que o livro tem gira em torno dessa reflexão. Temos a mania de rejeitar o diferente, de transformar em demônios o que a gente não conhece ou não entende bem - e muitas vezes, o maior demônio está em pessoas que são como nós.
Alice e as Armadilhas do Outro lado do Espelho não foi o que eu esperava, e de uma certa forma este livro é diferente do primeiro. Mas ele conseguiu cumprir seu papel de ser uma leitura interessante e, vale lembrar que essa é a minha opinião e não quer dizer que você não possa curtir bem mais o livro do que eu. Se você curte zumbis, mundos distópicos e as obras de Lewis Carrol esse é um livro para você. Eu sou apaixonada pelo trabalho do autor e, no caso desse livro, ele não é bem uma releitura mas tem muitas referencias aos livros de Carrol e isso é incrível.