Quissama: O Império dos Capoeiras - Maicon Tenfen

16/09/2015

 
Rio de Janeiro, dezembro de 1868.
O moleque Vitorino Quissama foge da senzala para procurar a mãe desaparecida. Recorre ao viajante Daniel Woodruff, ex‑agente da Scotland Yard que pode ajudá‑lo em sua missão. Transitando entre os salões da corte e as precárias moradias dos cortiços, a dupla terá de enfrentar os perigos e as injustiças de uma sociedade sustentada pelo trabalho escravo.
Baseado nos manuscritos de Daniel Woodruff (1832-1910), O Império dos Capoeiras reconstitui a saga de uma cidade dividida pela guerra secreta dos Nagoas e Guaiamuns, duas das maiores e mais temidas maltas do século XIX. Numa época em que o escritor José de Alencar era Ministro da Justiça e o Império do Brasil destinava todos os seus recursos à Guerra do Paraguai, Woodruff mal podia imaginar que, por trás da busca pessoal de Vitorino, insinuava‑se uma conspiração que mudaria os rumos da nossa História.


Daniel Woodruff é um ex-agente da Scotland Yard, que devido há alguns acontecimentos desembarca no Brasil em 1868.

Nesta época o RJ era a capital do Império e enquanto o Imperador Dom Pedro II e o ministro José de Alencar investiam todos os recursos para as tropas brasileiras na Guerra do Paraguai, a cidade era dominada pela guerra dos capoeiras, divididos em duas maltas, Nagoas e Guaiamuns.

Após dedicar-se durante alguns meses em entender essa arte marcial oriunda da África, Woodruff se vê envolvido na investigação do desaparecimento da dançarina Aimeé. E com o sucesso da sua empreitada, o inglês fica famoso na corte.

É neste cenário que o menino Vitorino Quissama de aproximadamente 15 anos entra na história. Após fugir de seu senhor, o escravo procura Woodruff para contratar seus serviços de investigação a fim de localizar sua mãe desaparecida.

O inglês se recusa, porém devido a algumas circunstâncias, acaba envolvido no resgate do menino e vira alvo de ninguém menos do que o alemão Müller, o maior criminoso da cidade e dono de Vitorino e sua mãe. Ainda devido a essa fama, Woodruff é convocado pelo ministro José de Alencar para realizar outra investigação, relacionada ao Imperador e uma matéria de jornal.

Algumas reviravoltas levam Daniel a se envolver cada vez mais nas investigações, que envolvem o movimento abolicionista e escravagista, além de figuras importantes da corte e a própria família real.

Por falar em reviravoltas, elas parecem não se cansar de surgir na história, fazendo com que a cada novo capitulo seu rumo seja mudado e novas situações apareçam.

Outra característica notável no livro é a personalidade do protagonista, que ora se mostra um verdadeiro covarde, querendo recusar as investigações, se omitindo das circunstâncias através de bebedeiras e de constante anseio em retornar à Inglaterra. E ora sendo um verdadeiro herói, se arriscando em situações muitas vezes imprudentes e deixando com que seu senso de justiça prevaleça acima de qualquer coisa.

Mas se há alguém que merece todo o credito é o menino Quissama, que tem por merecimento o título do livro. Herói destemido, que luta pelo reencontro com sua mãe a qualquer custo, amigo fiel e principalmente corajoso, esse príncipe guerreiro demonstra senso de justiça até com quem não merece, mostrando que caráter nada tem a ver com cor da pele, classe social ou riqueza.

De leitura fácil, o livro apresenta o Brasil sob uma perspectiva pouco explorada pela literatura nacional, envolvendo o leitor até a última página e deixando aquele gostinho de quero mais!

Criado em 2010, o Amores e Livros é um espaço feito para dividir os nossos amores pelos livros, filmes, séries e alguns outros vícios mais do que saudáveis! Facebook / Twitter / Instagram

Que tal conferir também...

2 comentários

  1. Nikki!
    Gostei demais de saber que o livro é um policial envolvido na busca da mãe desaparecida de Quissama e que é um protagonista dúbio.
    E naquela época ainda não havia a abolição da escravatura e fico feliz em poder ver um Brasil de forma diferente.
    “A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita.”(Mahatma Gandhi)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participem do nosso Top Comentarista, serão 3 ganhadores!

    ResponderExcluir
  2. Adorei a resenha! Parabéns Nikki!
    Ah, adorei o livro também. Estou ansiosa aguardando a continuação da trilogia do autor Maicon Tenfen.

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita, dê sua opinião, participe e volte sempre =^.^=

*** Comentários serão respondidos por aqui mesmo, através de comentário.

Acompanhe por E-mail