Resenha "A Mulher do Viajante no Tempo"

22/07/2011

Sinopse
“A Mulher Do Viajante No Tempo conta a história do casal Henry e Clare. Quando os dois se conhecem Henry tem 28 anos e Clare, vinte. Ele é um moderno bibliotecário; ela, uma linda estudante de arte. Os dois se apaixonam, se casam e passam a perseguir os objetivos comuns à maioria dos casais: filhos, bons amigos, um trabalho gratificante. Mas o seu casamento nunca poderá ser normal.
Henry sofre de um distúrbio genético raro e de tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele então é capaz de viajar no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro.
Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.



Adoro ficção. Este livro caiu na minha mão como por acidente. Ele me pediu para lê-lo. Só não fui avisada que eu amaria e odiaria ele. É estranho, pois eu gosto muito de romances que envolvam o tempo, que deem referencias temporais como datas, fatos, horários,  idades, mas este surpreende pela linha de raciocínio da escritora.



Esta é uma belíssima história de amor, brilhantemente escrita por Audrey, na qual uma menina conhece o amor da sua vida aos seis anos. Nesta narrativa, o tempo é como um novelo que se desenrola e volta a enrolar, como se um gatinho estivesse brincando com ele. O presente é vivido intensamente, porque o passado pode voltar a ser futuro, embora nada possa ser alterado. 
Ao nos embrenharmos mais na história, começamos a compreender o intrincado envolvimento da menina com o homem que será seu marido, os seus sonhos e fantasias face ao seu desconhecimento da realidade futura. A vida de Clare acompanha a passagem das estações, numa cronologia lógica e simples, tal como nós conhecemos. Mas a realidade dele é bem diferente, Henry consegue pular, viajar no tempo, por meio de um processo um tanto doloroso, para momentos por vezes já esperados, de forma maioritariamente involuntária. Raramente avança no futuro, a grande maioria das vezes vemo-lo regressar ao passado para estar com o seu eu mais novo, ensinando-o a sobreviver nesse modo de vida tão peculiar; para estar com Clare, vivenciando momentos saudosamente desejados; ou simplesmente para ver de longe a sua mãe ainda viva. Confesso que eu esperava mais de um viajante no tempo, sou daquelas que cresceram com o "de volta para o futuro" e imaginam que se é possível viajar no tempo, é possível ir para qualquer tempo!

Mas, voltando a história criada por Audrey, vemos que a vida deste bibliotecário não tem um percurso fácil, tendo sobrevivido a um acidente brutal no qual assiste à morte da mãe, uma grande cantora lírica, segue um caminho tortuoso pelo vício do álcool e substâncias químicas para poder esquecer. A maioria dos personagens com poderes extraordinários tem problemas e sublimam de alguma forma, não é? 

Mas o rumo de Henry altera-se quando uma mulher, ainda para ele desconhecida, lhe cai nos braços, ansiosa por esse momento. Clare esperara toda a sua adolescência para o conhecer no seu presente. Sem dúvida foram feitos um para o outro e, de certa forma, isso influencia a sua forma de ver o seu modo de vida. 

Após o casamento tentam ter um filho, mas o médico de Henry diz-lhe que dada a sua condição genética é impossível ter descendentes. Mas Clare não se dá por vencida e enfrenta a obsessão crescente de querer ser mãe, intensificada pelos sucessivos abortos que a arrasam, salpicando o tempo de desespero. O ambiente entre o casal degrada-se, sendo por esta altura que ele visita mais vezes Clare na infância e na adolescência. 

O desespero e a angústia levam-no a fazer um vasectomia, impedindo ambos de voltarem a tentar. Mas em Clare surge um brilho novo no olhar, uma luz de esperança, quando se vê de novo grávida. Como é isso possível? Qual das versões do seu marido teria feito amor consigo na noite em que finalmente conseguiram conceber uma menina linda, que iria transportar os genes de ambos através do tempo, carregando o legado de seu pai? Ser traido por si mesmo, que ironia!

Nesta história sente-se que o tempo é como um ciclo vicioso, em que se sabe em que altura podemos voltar ao passado, dar pistas a nós mesmos para enfrentarmos a vida e as suas rudezas, e, revivermos os melhores momentos, como uma memória presencial que assiste ao vivo o que registou há um tempo incerto atrás. Mas isto claro, se tivéssemos o fantástico dom que Henry possui para o fazer. Quem não queria? Na verdade eu não gostaria! As vezes já é bastante frustrante viver em um tempo linear, imagine ter varias possibilidades de reencontrar situações desagradáveis, pessoas queridas que já se foram e perde-las de novo... Eu não suportaria.

Atenta ao cinema, sei que este livro ganhou uma versão nas telonas. Sou curiosa, mas não o bastante, já que no cinema o tema do livro é ultrapassado e já foi muito explorado (mesmo que a história seja original)!

Sei que não sou muito boa com as resenhas, me divirto muito mais falando dos filmes. Faço as resenhas pois atualmente livros e filmes devem se ajudar. Porque o que seria do cinema sem as boas histórias encontradas nos livros? E o que seria da nova geração se o cinema não despertasse o interesse na leitura?? Fica a dica. ;) 

Até breve!  








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5 comentários

  1. Eu conheci esse livro por acaso ... e me apaixonei pela capa ... depois de um tempo batendo um papo com as amigas descobri que ele tinha uma adaptação para o cinema ... estou louca para ler e assistir ... mais minha lista nunca diminui ai já viu né?

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  2. Adorei a resenha, já tinha ouvido falar do livro, mas nunca soube do que ele realmente falava.

    Me interessei bastante, vou por na lista de desejados!

    Tbm não sei se gostaria de ter esse dom, pode trazer vantagens, mas muitas vezes desvantagens também!

    Beijão, @nathaliaduarte
    www.mentalmorfose.com

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  3. Eu não li o livro, mas ele já está em minha lista a algum tempo. Pois assisti o filme e gostei muito! Não parece que o filme tem muitas diferenças do livro, acho que pela resenha só a mãe do bibliotecário. Te Amarei Para Sempre é o nome do filme e é com o gatíssimo do Eric Bana! Adorei a resenha! Eu não queria ter esse dom e nem um amor assim... Mas a história em si é muito linda! E o filme vale pelo Eric Bana!

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  4. Já assisti o filme mas não li o livro...se a história não tiver grandes diferenças (que pelo que percebi não tem) é realmente muito bonita.
    Um lindo romance...recomendo!

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  5. Olá!!
    Tenho visto muitos comentários sobre este livro, mas é a primeira resenha que li e adorei, muito boa resenha!Estou louk para ler este livro e também a capa dele sempre me chama atenção, ela é muito bonita!bjs
    to seguindo seu blog.
    Este é o meu link http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com

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